A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) emitiu, na tarde desta sexta-feira (20), uma nota de repúdio às declarações do presidente da República Jair Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada. Nesta manhã, o presidente reagiu ao ser questionado pela imprensa sobre as suspeitas em torno do gabinete de seu filho Flávio Bolsonaro quando esse era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio.
"Atacar jornalistas como forma de evitar prestar informações de interesse público e receber aplausos de apoiadores é ação incompatível com o respeito ao trabalho da imprensa, fundamental para a democracia", afirmou a diretoria da associação.
A entrevista de Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira (20) foi marcada por provocações aos jornalistas presentes, tanto por parte do mandatário quanto por parte de um grupo de apoiadores que o saudava no local.
Ao ser questionado por um repórter sobre os desdobramentos da investigação do Ministério Público do Rio sobre Flávio. Bolsonaro respondeu:
— Você tem uma cara de homossexual terrível, nem por isso eu te acuso de ser homossexual. Se bem que não é crime ser homossexual.
Na manifestação, a Abraji lembra outros ataques do presidente a jornalistas.
"Foram mais de uma dezena de ocasiões ao longo do primeiro ano de mandato em que o presidente teve atitude semelhante. Os apoiadores do presidente que também o aguardam na porta do Alvorada costumam celebrar os ataques, acentuando o clima de intimidação contra os repórteres. Embora desta vez os alvos tenham sido homens, as jornalistas são as mais visadas pelo presidente na hora de atacar os profissionais. Segundo relatos de repórteres, Bolsonaro visa determinadas mulheres para constranger frequentemente, sempre que as vê ou é abordado por elas", declara a associação