A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, abriu a primeira sessão do semestre do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), nesta terça-feira (13), com um discurso enfático de apoio à Lava-Jato, mas cobrou dos procuradores uma atuação dentro da legalidade.
— A Procuradoria-Geral da República apoia a atuação institucional de todos os seus membros (da força-tarefa da Lava-Jato), para o cumprimento da missão. Mas, igualmente, exige que o desempenho da atuação institucional se dê inteiramente dentro dos marcos da legalidade — afirmou Dodge.
A procuradora-geral, cujo mandato termina no mês que vem, lembrou no discurso que, na segunda-feira (12), comunicou a prorrogação por mais um ano da força-tarefa da Lava-Jato que atua em Curitiba, dando a ela apoio financeiro e administrativo.
— O combate à corrupção é dever constitucional — disse. — Ao declarar aberta a primeira sessão do semestre, conclamo a todos a que continuem a observar, com o zelo e a atenção que merecem, todos os casos e procedimentos submetidos à análise desta casa de aprimoramento das práticas ministeriais, da elevação ética do exercício das funções de membros dos Ministérios Públicos, do cumprimento dos deveres e do respeito ao dever de integridade, probidade e decoro — discursou.
Dodge disse que o conselho retoma as atividades neste semestre "com os olhos da sociedade voltados" para ele.
— O Brasil quer e precisa de um Ministério Público com coragem para enfrentar a corrupção, este vício humano que corrói recursos públicos, é capaz de destruir projetos de vida e interferir na realização do direito à saúde, à moradia, à educação — declarou.
— (A corrupção) É capaz de degradar o meio ambiente, impedir que terras indígenas sejam demarcadas e estimular destruição de bens, culturas e até da vida destes povos — completou.
Na sessão desta terça, a pedido de dois conselheiros do CNMP, um procedimento contra o procurador Deltan Dallagnol, levado ao órgão por causa das mensagens de Telegram publicadas pelo site The Intercept Brasil, foi desarquivado e tramitará no órgão. O corregedor, Orlando Rochadel, havia arquivado monocraticamente (em decisão individual) a reclamação sob o argumento de que as mensagens não tinham sua autenticidade comprovada.