A gaúcha Maria Hilda Marsiaj Pinto já era uma inflamada defensora das ideias contidas no projeto anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, antes de assumir o cargo de secretária nacional da Justiça. Agora o pacote é a parte principal de sua agenda. Em entrevista na manhã desta segunda-feira (5), ela resumiu as razões:
Quanto deve ser votado no Congresso o projeto anticrime do ministro Sergio Moro?
Torcemos muito e esperamos que seja apreciado no segundo semestre. Não é uma questão de governo, é uma questão de cidadania. E uma causa de todos os brasileiros, para beneficiar a nação.
Uma parte do projeto prevê que o juiz possa diminuir ou até perdoar mortes causadas por policiais quando atuando em legítima defesa sua e de terceiros...
Sim. Isso tem causado certa polêmica, há quem fale que é um estímulo à impunidade. De maneira alguma. Está se contemplando uma situação que acontece com frequência: policiais que cometem excessos, quando movidos por medo ou violenta emoção. Ora, cada caso é um caso e será analisado em separado. O juiz terá agora oportunidade de verificar qual a intenção do agente da lei ao disparar, se era o caso de atuar assim...Não será uma condenação automática por homicídio.
Por que a senhora acredita que o projeto anticrime é uma causa de todos os brasileiros?
É uma cirurgia que precisa ser feita. Temos grande expectativa de um país digno, com mais segurança. Segurança não é para a elite, é uma causa de toda a população, incluindo os mais pobres. A sociedade brasileira disse de forma veemente "não" ao que está acontecendo. É preciso acabar com a naturalização dos homicídios. Temos de mobilizar o Congresso, os parlamentares não podem virar as costas para um problema que é de todos.