Dois funcionários do Bradesco foram alvos de mandados de prisão nesta terça-feira (28) na Operação Bancarrota, no âmbito da Lava-Jato, em desdobramento de investigações sobre a atuação dos maiores doleiros do país.
Tânia Fonseca, presa pela manhã, e Robson Silva, ainda procurado, são gerentes de agências do banco no Rio de Janeiro e suspeitos de auxiliar na abertura de contas para empresas fantasmas usadas pelos doleiros Vinicius Claret e Cláudio Barboza – delatores e ex-funcionários de Dario Messer, conhecido como o "doleiro dos doleiros".
Os dois auxiliavam Julio Cesar Pinto de Andrade, que seria o responsável pela criação das empresas de fachada para a dupla de doleiros. Ele também é alvo de mandado de prisão.
Bancarrota é um desdobramento da Câmbio, Desligo, operação que mirou mais de 50 doleiros em atuação no país. A base da ação são as delações de Claret e Barboza, que operavam um complexo sistema de dólar-cabo que teria movimentado US$ 1,6 bilhões de 2011 a 2016.
Na fase desta terça-feira, o Ministério Público Federal apura o uso de empresas-fantasmas para o pagamento de boletos bancários em nome de firmas varejistas. Conforme a investigação, a dupla de doleiros usava uma complexa manobra para ficar com o dinheiro vivo de comerciantes a fim de vendê-lo a empresa que necessitavam pagar propina em espécie a agentes políticos.
Ao portal G1, o Bradesco afirmou estar à disposição das autoridades. "O Bradesco tomou conhecimento pela imprensa nesta manhã da ação de autoridades policiais envolvendo dois funcionários. As informações, quando oficialmente disponíveis, serão apuradas internamente", diz trecho da nota divulgada pela instituição.