O chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni foi o responsável por aproximar o economista Abraham Weintraub, escolhido para o Ministério da Educação (MEC), e o presidente Jair Bolsonaro. Ele nega, entretanto, que tenha indicado o novo titular do MEC. De acordo com ele, a decisão foi tomada pelo presidente em seu gabinete, a partir de diferenciais em seu currículo.
— A escolha é 100% do presidente. É por conta do conhecimento que ele tem na área de educação, de gestão de equipes e de pessoas, e ele vai montar um timaço lá e dar um novo direcionamento para o MEC — projeta Onyx.
Afinado política e ideologicamente com o governo, Weintraub ocupava a secretaria-executiva da Casa Civil, segundo posto mais importante da pasta. Alinhado com as ideias do escritor e guru da nova direita brasileira, Olavo de Carvalho, o economista foi um dos responsáveis pelo plano de governo de Bolsonaro, atuando nas áreas econômicas e da educação.
Seu nome foi confirmado para assumir o MEC pelo presidente, em um post no Twitter, na manhã desta segunda-feira (8). Ele destacou a “experiência em gestão” como um dos pontos fortes do novo ministro. A falta de habilidade na condução da pasta foi a principal crítica ao professor Vélez Rodríguez, que colecionou crises no órgão e, nas últimas semanas, havia se transformado em um ministro figurativo.
A experiência em gestão do novo ministro também foi destacada por Onyx. Em Porto Alegre, para participar do Fórum da Liberdade, o ministro da Casa Civil disse que Weintraub é concursado da Universidade Federal de São Paulo e que “conhece muito de gestão, tem um longa experiência, tem formação sólida. O MEC está em muito boas mãos”.
Autonomia em nomeações
No início da tarde, em Brasília, o porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, comentou a escolha. Segundo ele, outros nomes chegaram a ser avaliados, mas Bolsonaro decidiu pelo “mais preparado". O militar ainda afirmou que o novo ministro terá autonomia em nomeações.
— Como todos os ministros, o presidente autorizou e estimula que os ministros escalem seus recursos humanos.
Weintraub assume o MEC após um período de intensa disputa entre grupos formados por técnicos, militares e “olavetes”, como se autodenominam os alunos e ex-alunos de Olavo de Carvalho. Nos bastidores, comenta-se que este último grupo seria fortalecido dentro da estrutura da pasta com sua chegada. No entanto, em entrevista ao site O Antagonista, o novo ministro negou que irá privilegiar o grupo ligado ao escritor.
*colaborou Silvana Pires e Eduardo Matos