A Comissão Parlamentar de Inquérito que deve apurar as causas do rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, foi oficialmente instalada no início da tarde desta quarta-feira (13). Os senadores Rose de Freitas (Pode-ES) e Carlos Viana (PSD-MG) foram escolhidos, por aclamação, como presidente e relator da Comissão. Já o cargo de vice-presidente foi ocupado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
A tragédia ocorreu em 25 de janeiro e deixou ao menos 200 mortos e 108 desaparecidos até o momento. A instalação é um sinal verde para o início das atividades. Embora não tenham poder de punir a empresa, as comissões de inquérito são instrumentos de pressão política, e podem requisitar documentos, interrogar autoridades e recomendar o indiciamento de pessoas e empresas.
A primeira medida oficial adotada pela CPI foi solicitar a convocação do ex-presidente da Vale Fábio Scharvtsman e o presidente interino da mineradora, Eduardo Bartolomeo, para prestar esclarecimentos. Também foi aprovada a apresentação de um plano de trabalho para a comissão, a ser apresentado no próximo encontro.
— No que depender dessa CPI, a investigação será feita e os culpados serão responsabilizados. Minas Gerais não pode mais assistir ao que tivemos em Mariana. Precisamos recuperar o espaço do governo de regular o setor, que não pode colocar a vida das pessoas em risco — disse o senador Carlos Viana. A presidente da comissão, Rose de Freitas, disse que o objetivo da CPI "não é fazer protagonismo político, mas para trabalhar".
São membros titulares da comissão os senadores: Antonio Anastasia (PSDB-MG), Selma Arruda (PSL-MT), Rose de Freitas (Pode-ES), Dário Berger (MDB-SC), Márcio Bittar (MDB-AC), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Jorge Kajuru (PSB-GO), Telmário Mota (PROS-RR), Wellington Fagundes (PR-MT) e Carlos Viana (PSD-MG). Já os senadores Roberto Rocha (PSDB-MA), Leila Barros (PSB-DF), Jean Paul Prates (PT-RN) e Otto Alencar (PSD-BA) são suplentes.
A comissão havia sido criada em 12 de fevereiro, mas aguardava encaminhamento do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para ser instalada. Alcolumbre era favorável à criação de uma comissão mista, formada por senadores e deputados, mas a ideia não prosperou. De acordo com ele, não houve entendimento entre Senado e Câmara.
Na Câmara, o presidente Rodrigo Maia também determinou que uma CPI fosse criada. Lá, ela ainda não foi instalada. Em meio à indefinição, a bancada mineira na Câmara chegou a protocolar um pedido de criação de comissão mista para investigar a tragédia.