Em nota emitida neste sábado (26), o Ministério da Justiça e Segurança Pública, chefiado por Sergio Moro, informou que Marcelo Valle Siqueira Mello, membro do grupo autointitulado Homens Sanctos, foi preso em 2018 por fazer ameaças contra o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) e disse que a acusação sobre omissão das autoridades constituídas "não correspondem à realidade". O comunicado também lamentou a decisão do parlamentar de sair do Brasil.
Em uma carta para companheiros de partido, Jean Wyllys afirmou que as ameaças à sua vida e à de sua família se intensificaram no último ano. O documento diz que a Polícia Federal (PF) e o Estado se calaram frente às denúncias. O deputado anunciou na quinta-feira (24) que abrirá mão do terceiro mandato e deixará o país em razão das ameaças recebidas. Um dos principais opositores do presidente Jair Bolsonaro na última legislatura, Wyllys deverá se refugiar na Espanha.
Confira a nota do Ministério da Justiça e Segurança Pública
"Brasília, 26/01/2019 - Ao longo de 2017 e 2018, foram instaurados diversos inquéritos pela Policia Federal para apurar ofensas e ameaças contra o deputado federal Jean Wyllys. As investigações estão em andamento, mas já foi possível identificar um dos autores, Marcelo Valle Silveira Mello, preso em 2018, membro do grupo autointitulado "Homens Sanctos", e que se servia da identidade de Emerson Setim para fazer ameaças ao deputado.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública repudia a conduta dos que se servem do anonimato da internet para covardemente ameaçar qualquer pessoa e em especial por preconceitos odiosos.
Lamenta-se a decisão do deputado de deixar o pais, mas não corresponde à realidade a afirmação de que há omissão das autoridades constituídas."