Após três horas, a segunda reunião ministerial comandada por Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (8), foi encerrada sem a apresentação de medidas do governo. Nenhum ministro foi destacado para conceder entrevista à imprensa após o compromisso. O silêncio ocorre após determinação do presidente para que técnicos evitem entrevistas e depois de GaúchaZH revelar o uso de notas em série pelo chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para receber verba de gabinete durante mandato de deputado federal.
O parlamentar apresentou 80 notas de consultoria na área tributária para resgatar R$ 317 mil. Ele nega que houve irregularidades. Por meio de sua assessoria, Onyx avisou que não concederia entrevistas à imprensa.
O único integrante do primeiro escalão que falou à imprensa foi o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. Em menos de quatro minutos, contou que os ministros fizeram rápidas apresentações sobre as ações de cada setor para os primeiros cem dias governo, mas não revelou detalhes.
No entanto, desconversou ao ser questionado sobre o que foi tratado sobre a reforma da Previdência, proposta considerada prioritária pelo governo e que deverá ter o texto finalizado até a próxima semana.
– Não (foi falado sobre Previdência). Continua aquela teoria da Presidência de que tem que ter idades viáveis para ter possibilidade de ser aprovada (no Congresso) – comentou Heleno, se retirando em seguida.
Classificando a si próprio como “o soldado do silêncio”, o general minimizou as declarações do presidente sobre a instalação de uma base militar norte-americana no Brasil, afirmando que não há nada previsto sobre o tema. Disse, ainda, que as reuniões do Conselho de Governo, com Bolsonaro, o vice-presidente General Hamilton Mourão e ministros, poderão não ser realizadas todas as semanas. Nem mesmo a da próxima terça-feira (15) estaria garantida.