Presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR) está no fim de seu quarto mandato consecutivo. Em outubro, não conseguiu a reeleição — obteve 53.466 votos e ficou de segundo suplente na coligação. A GaúchaZH, o parlamentar de 70 anos falou sobre a importância da vitória de Jair Bolsonaro .
O que a eleição de Bolsonaro significa para os evangélicos?
Bolsonaro foi praticamente unanimidade entre os evangélicos, por convergência de ideais. Ele é cristão, prioriza os valores da família cristã e valoriza Deus.
Ainda que Bolsonaro se declare católico, o evangélico considera que ele é um dos seus?
O católico e o evangélico não diferem em nada nessas questões, como ideologia de gênero ou aborto, em que hoje vemos o Judiciário querendo legitimar, entrando em área que é do Legislativo. O Legislativo é que é o espelho da sociedade. Se tem muito cristão aqui, é porque tem muito cristão no país. Mas o Estado não é laico? A administração é laica, mas ela tem de entender que está governando para uma maioria cristã.
E o que significa isso?
Não queremos ditadura da maioria. Mas também jamais vamos aceitar a ditadura de uma minoria. Não estamos dizendo que uma pessoa adulta não possa escolher a sua opção sexual. Não há cristão homofóbico. Nenhum assassinato de homossexual foi praticado por um maluco católico ou evangélico. Foram feitos entre parceiros, ciuminho de parceiros, e pelos malucos chamados skinheads.
Bolsonaro começou o discurso da vitória com uma oração. Como os evangélicos viram isso?
Nenhum problema. Ele sinalizou que acredita em Deus e não é ateu como o outro lado. Para o ateu, mentir não é falta de caráter.
Mas isso não gera incômodo para os brasileiros que não são cristãos e que o presidente também deveria representar?
Inverto a questão. Quando houve ateus, os cristãos simplesmente aceitaram.