O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Néfi Cordeiro determinou a soltura do empresário Joesley Batista e três ex-executivos do grupo J&F: Ricardo Saud, Demilton Castro e Florisvaldo Oliveira. As informações são do portal G1.
Os executivos foram presos na sexta-feira (9) no âmbito da Operação Capitu, que também deteve o vice-governador de Minas Gerais Antônio Andrade (MDB). A ação, que é um desdobramento da Operação Lava-Jato, mira em um suposto esquema que atuava na Câmara dos Deputados e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Na decisão, Cordeiro disse que os fatos atribuídos aos delatores são antigos e não justificariam as prisões.
"Realmente, se tendo entendido na decisão paradigma que não seriam contemporâneos os riscos arguidos e não sendo admissível prender por falta de colaboração do acusado, também em face dos requerentes incide igual ilegalidade na prisão", afirmou o magistrado no despacho.
O inquérito foi instaurado em maio deste ano com base na delação premiada do corretor Lúcio Bolonha Funaro sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam direta ou indiretamente no Mapa em 2014 e 2015. A PF apurou a atuação de um esquema na Câmara dos Deputados e no Mapa integrado por empresários.
Segundo o delator, a JBS teria repassado R$ 7 milhões para o grupo político do MDB da Câmara. Desse valor, Andrade, então ministro da Agricultura, teria recebido R$ 3 milhões da propina paga pela empresa de Josley e R$ 1,5 milhão teriam sido enviados ao ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ).