O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado pela ramificação da força-tarefa da Operação Lava-Jato em São Paulo por lavagem de dinheiro. De acordo com a acusação do Ministério Público Federal (MPF), ele é suspeito de intermediar negócios de uma empresa brasileira na Guiné Equatorial, pelos quais teria recebido pagamento de R$ 1 milhão, disfarçado de doação para o Instituto Lula. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Os fatos investigados teriam ocorrido entre setembro de 2011 e junho de 2012, quando o petista já não era mais presidente. O documento levado à Justiça Federal aponta que, "usufruindo de seu prestígio internacional, Lula influiu em decisões do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, que resultaram na ampliação dos negócios do grupo brasileiro ARG no país africano".
Segundo a Procuradoria da República, em troca, o ex-presidente teria recebido a quantia de R$ 1 milhão. Além de Lula, o Ministério Público Federal denunciou o controlador do grupo ARG, Rodolf Giannetti Geo, pelos crimes de tráfico de influência em transação comercial internacional e lavagem de dinheiro. Como Lula já tem mais de 70 anos, o crime de tráfico de influência prescreveu para ele, mas não para o empresário.
Em nota, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que a denúncia é "mais um duro golpe no Estado de Direito" classificou como "mais um capítulo do 'lawfare' que vem sendo imposto a Lula desde 2016".