
A Justiça de São Paulo abriu uma ação penal e tornou réu o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, após o juiz Leonardo Barreiros, da 5ª Vara Criminal de SP, acolher parcialmente denúncia do Ministério Público do Estado. O magistrado rejeitou a parte da acusação que imputava ao ex-prefeito o crime de formação de quadrilha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com o MP, o petista teria solicitado, entre abril e maio de 2013, por meio do então tesoureiro do seu partido, João Vaccari Neto, a quantia de R$ 3 milhões à empreiteira UTC Engenharia para supostamente quitar dívidas de campanha com a gráfica de Francisco Carlos de Souza, o Chicão Gordo, ex-deputado estadual do PT.
A promotoria sustenta que o valor dos repasses para Haddad chegou a R$ 2,6 milhões. Além de Haddad e Vaccari, formalmente réus por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, vão ser processados o empresário Ricardo Pessoa e o executivo Walmir Pinheiro Santana (corrupção ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro), ambos da UTC , o doleiro Alberto Youssef (formação de quadrilha e lavagem de dinheiro), suposto repassador dos valores, e Chicão Gordo (corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro), dono da gráfica.
De acordo com o jornal, no dia 10 de setembro, a defesa de Haddad peticionou nos autos e alegou que "a denúncia é inepta por não conter a descrição individualizada mínima das condutas que teriam sido praticadas pelo denunciado, nem dos elementos nucleares que compõem o tipo penal da corrupção passiva". A defesa do ex-prefeito afirmou, ainda, que "a denúncia não aponta minimamente qual era o objetivo do pagamento, ao menos em perspectiva" e que esta seria "mais uma tentativa de reciclar a já conhecida e descredibilizada delação de Ricardo Pessoa".