Enquanto a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil, por unanimidade, pelo assassinato do jornalista Vladimir Herzog, ocorrido em 1975, durante a ditadura militar, o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) declarou que "não estava lá" para comprovar como o fato ocorreu.
Em entrevista ao programa Mariana Godoy Entrevista, na RedeTV!, Bolsonaro declarou que "alguns inocentes acabaram tendo um fim que não mereciam, no meu entender". E prosseguiu: "Lamento a morte dele, em que circunstância, se foi suicídio ou morreu torturado. Suicídio acontece, pessoal pratica suicídio". Ao ser questionado se não deveria reconhecer o assassinato, o pré-candidato respondeu: "Essa é uma história que passou".
Segundo a versão oficial do Exército divulgada na época, o jornalista teria cometido suicídio, mas evidências apontam para tortura e assassinato. O episódio comoveu o país, motivando mobilização contra os excessos do regime militar. Um ato ecumênico com o rabino Henry Sobel e o arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, realizado uma semana depois da morte de Herzog, foi considerado uma forma de protesto velado contra a versão oficial.