O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) declarou que aguarda para este domingo (8) o cumprimento da ordem judicial que determina a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o político, que é um dos autores do pedido de habeas corpus concedido pelo desembargador Rogério Favreto, afirmou que o retardamento da soltura "demonstra uma coisa ruim".
— O seu não cumprimento é uma sinalização para toda a sociedade brasileira para relativizar a ordem judicial. Bom, se nós temos de cumpri-las, que se cumpra uma ordem, ainda que não seja da vontade do juiz Sergio Moro — disse Teixeira.
Segundo o deputado, Moro não deveria estar envolvido na discussão devido ao fato de estar de férias. O representante petista também manifestou contrariedade à declaração do juiz, que disse que o desembargador plantonista não teria competência para sobrepor-se à decisão do colegiado da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e ainda do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).
— Estamos naquele momento em que não é mais o cachorro que abana o rabo, mas é o rabo que está abanando o cachorro. Porque um juiz de primeiro grau alegar incompetência de um juiz de segundo grau (mostra que) as coisas estão de cabeça para baixo no Brasil — afirmou o deputado.
Ainda sobre o assunto, Teixeira disse que Moro deveria ser preso por desobediência à Justiça. Em relação à proximidade do desembargador Favreto com o PT, Teixeira disse que ele não é filiado a nenhuma sigla e que o habeas corpus "é conforme a lei e é subordinada ao controle judicial".
— A partidarização não é de quem concedeu a ordem de soltura, a partidarização é de quem não obedeceu a ordem judicial. Esses sim são partidários — declarou o político.