Nas fileiras do MDB, o desânimo com a pré-candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles aumentou nos últimos dias. Reservadamente, parlamentares da sigla dizem que, além de não decolar, Meirelles não está nem mesmo cumprindo a "tarefa" de defender o presidente Michel Temer do tiroteio e de ser um "escudo" de proteção do Planalto. A entrevista que ele deu no dia 11 ao programa Roda Viva, da TV Cultura, foi definida por correligionários como "lamentável".
O ex-chefe da equipe econômica ainda terá de passar pelo crivo da convenção do MDB, no fim de julho, para se tornar candidato. "Não acredito que Meirelles seja homologado", afirmou o senador Renan Calheiros (MDB-AL), adversário de Temer. "Na ausência de um nome competitivo, é melhor não ter candidato para chamar de seu e deixar as alianças estaduais liberadas", disse.
A semana também terminou com interrogações para o DEM. Com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ) a um passo de deixar o páreo para concorrer à reeleição, uma ala do DEM quer apoiar o tucano Geraldo Alckmin, outra defende Ciro Gomes (PDT) e há até mesmo quem pregue aval a Jair Bolsonaro, do PSL. Diante disso, o DEM começou a examinar nomes novos, como o do empresário Josué Alencar (filho do ex-vice-presidente José Alencar), filiado ao PR. Mesmo assim, a balança pende para Alckmin. O receio, porém, é que o tucano continue estagnado nas pesquisas.
"Quem atrapalha o Alckmin, nosso candidato preferido para enfrentar no segundo turno, é o Fernando Henrique Cardoso, que deveria vestir o pijama", disse o ex-governador do Ceará Cid Gomes (PDT), coordenador da campanha de Ciro. "O Bolsonaro é mais fácil de derrotar, ele vai explodir de rejeição. Mas com o Alckmin teríamos mais condições de diálogo." Cid jantou com Maia na quarta-feira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.