Os publicitários João Santana e Mônica Moura, antigos marqueteiros do PT que fizeram as campanhas presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff, afirmaram à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (8) que houve uso de caixa 2 na campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, em 2012. Eles apontaram ao menos R$ 20 milhões na contabilidade paralela do petista.
O ex-prefeito afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "não teve acesso ao novo depoimento dos marqueteiros à PF". "No entanto, pelos depoimentos anteriores, ambos confirmaram que jamais trataram com Haddad de financiamentos não oficiais da campanha de 2012".
Segundo o advogado Juliano Campelo Prestes, que acompanhou o casal à PF em São Paulo, eles "ratificaram os termos da colaboração premiada". Em entrevista à repórter Rosana Cerqueira, da GloboNews, Prestes disse que Santana e Mônica foram à PF "para ratificar" o que disseram no âmbito da delação premiada fechada com a Operação Lava-Jato.
Prestes ponderou que "o processo é sigiloso". Mas ele confirmou que o casal manteve os termos da delação homologada.
Santana e Mônica estão em regime de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.
Um anexo que faz parte da colaboração premiada dos marqueteiros trata exclusivamente do ex-prefeito Haddad, que nega ter sido beneficiado com caixa 2 de sua campanha.
O que diz Fernando Haddad
Por meio de sua assessoria de Imprensa, o ex-prefeito esclareceu:
"O ex-prefeito Fernando Haddad informa que não teve acesso ao novo depoimento de João Santana e Monica Moura à Policia Federal. No entanto, pelos depoimentos anteriores, ambos confirmaram que jamais trataram com Haddad de financiamentos não oficiais da campanha de 2012.
Cabe informar que a Odebrecht, citada como suposta financiadora teve todos os seus interesses contrariados pela gestão. A saber, o túnel da Avenida Roberto Marinho e a recompra das Cides da Arena Corinthians.
Haddad reitera que está à disposição dos órgãos competentes para prestar quaisquer esclarecimentos."