O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, informou neste sábado (26) que a Polícia Federal (PF) já identificou empresários que estariam incentivando a paralisação de caminhoneiros, e encaminhou pedidos de prisão com base na suspeita de locaute (paralisação de atividades por iniciativa do empregador), o que é proibido por lei.
Marun informou também que o governo aplicará multas de R$ 100 mil por hora aos empresários que mantiverem a paralisação. Com base em uma liminar judicial, os motoristas autônomos poderão ser multados em R$ 10 mil por hora.
A partir dos decretos de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e de requisição de bens, o governo também pretende utilizar militares para conduzirem os caminhões em caso de resistência dos motoristas.
Em entrevista no Palácio do Planalto, Marun afirmou que o número de bloqueios em estradas diminuiu após a atuação das forças de segurança e do Exército, mas admitiu que o problema só poderá ser resolvido se os caminhoneiros aceitarem retomar o trabalho. O ministro reforçou o apelo para que os motoristas suspendam a greve.
— Nós temos um acordo, é uma proposta para todos os caminhoneiros, que é vantajosa. Nós não encerramos o diálogo, a proposta é de uma trégua — afirmou.
Marun disse que a principal preocupação de Temer neste momento é a do atendimento de saúde.
— Os principais hospitais do país estão em funcionamento, mas os seus estoques são de minutos, e existe uma grande preocupação com esta questão — reforçou Marun.
O chamado Comitê de Acompanhamento da Normalização do Abastecimento, montado no Planalto, reuniu oito ministros em uma reunião com Temer neste sábado: Eliseu Padilha Casa Civil), Torquato Jardim (Justiça), Valter Casimiro (Transportes), Eumar Novacki (interino da Agricultura), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Grace Mendonça (Advocacia-Geral da União) e Raul Jungmann (Segurança Pública).
Também compareceram os diretores da Polícia Federal, Rogério Galloro, e da Polícia Rodoviária Federal, Renato Borges Dias, além do general José Eduardo, representante do ministro da Defesa, e do deputado Osmar Terra (MDB/RS).