A Polícia Federal (PF) apreendeu, na sede da Rodrimar, folhas de papel com citação ao presidente Michel Temer e à empresa Argeplan, controlada por José Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do peemedebista. A Rodrimar foi alvo de buscas da Operação Skala, deflagrada na quinta-feira (29) por ordem do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). O dono da empresa, Antonio Celso Grecco, foi preso.
A Skala investiga supostos benefícios à empresa Rodrimar na edição do decreto dos portos, assinado por Temer em maio de 2017. O presidente é um dos alvos do inquérito.
A equipe SP-13, da PF, chefiada pelo delegado Fábio Seiji Tamura, cumpriu o mandado número 15 do ministro Barroso. Os agentes vasculharam quatro andares da sede da Rodrimar, no centro de Santos.
A SP-13 descreveu em relatório anexado aos autos o material apreendido na empresa. O item número 7 se refere à Argeplan: "Uma folha de papel contendo relação de empresas, entre elas, Argeplan Arquitetura e Engenharia LTDA (encontrado no quarto andar - setor jurídico)", relatou a PF.
O nome do presidente é citado no item 20. "Uma folha de papel contendo o nome de várias empresas e pessoas físicas, incluindo Michel Temer (encontrada na sala do gerente Willy Maxell, quinto andar)."
Coronel Lima é um nome emblemático da Operação Skala, muito ligado a Temer desde os anos 1980 e 1990, quando o presidente exerceu o cargo de secretário da Segurança Pública de São Paulo (nos governos Montoro e Fleury Filho).
Ao autorizar a Operação Skala, o ministro Barroso registrou que, para a Polícia Federal, a empresa Argeplan "tem se capitalizado" com recursos de empresas interessadas na edição do decreto dos portos e distribuído tais recursos para os demais investigados.
Barroso citou que a PF chegou a essa constatação na análise dos documentos colhidos tanto no Inquérito dos Portos, do qual é relator, quanto nos autos de um inquérito que já tramitou no Supremo sobre o setor portuário e que, hoje, se encontra arquivado - Temer foi investigado nesse caso.
Para a PF, segundo Barroso, a análise conjunta dessas duas investigações "permite concluir que a Argeplan, agora oficialmente com o Investigado João Batista Lima Filho como sócio, tem se capitalizado por meio do recebimento recursos provenientes de outras empresas - as interessadas na denominado Decreto dos Portos -, e distribuído tais recursos para os investigados".