Para o ex-ministro da Justiça Tarso Genro, o PT não pode abrir mão de disputar a eleição presidencial em outubro, mesmo que a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja inviabilizada juridicamente.
— Na minha opinião, o caminho só pode ser um: ter um candidato e participar das eleições, seja um candidato do PT, seja um candidato apoiado pelo campo que nós representamos — afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Tarso foi ministro no governo Lula e é uma das figuras históricas do PT. Ele evitou declarar qual deveria ser o "plano B" da legenda, mas manifestou sua predileção pelo ex-prefeito de SP Fernando Haddad.
— Tenho sim uma visão que nós temos outros candidatos se o Lula não apontar o (Jaques) Wagner (também cotado para disputar o Planalto pelo partido neste ano). Quem vai orientar isso certamente será o presidente. Todo mundo sabe as ligações que tenho, ligações políticas, afetivas e de gestão pública, inclusive, com o ex-prefeito Fernando Haddad, que me parece um dos quadros possíveis nestas circunstâncias — disse Tarso.
Para o gaúcho, nem mesmo a realização das eleições estão garantidas este ano no Brasil.
— Ninguém pode deixar de considerar a possibilidade de que uma emenda constitucional, processada de maneira autoritária (...) possa adiar as eleições. Isso pode ocorrer no país — alertou Tarso.
De acordo com Tarso, isso se daria por dois motivos: o medo de uma eventual vitória de Lula e a falta de um candidato viável no espectro do centro e da direita no Brasil.