Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, foi condenado, nesta quarta-feira (7), a 11 anos de prisão no âmbito da Operação Lava-Jato. A decisão é do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Na sentença, Moro afirmou que Bendine solicitou e recebeu propina do Grupo Odebrecht durante o período em que esteve no cargo, a partir de fevereiro de 2015, em substituição a ex-presidente Graça Foster. Além de Bendine, outras quatro pessoas, entre elas Marcelo Odebrecht, foram condenadas na sentença de Moro. Leia a decisão na íntegra.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Bendine recebeu propina de R$ 3 milhões da Odebrecht em troca de vantagens, como facilidades em contratos entre a empreiteira e a Petrobras.
"O condenado assumiu o cargo de presidente da Petrobras em meio a um escândalo de corrupção e com a expectativa de que solucionasse os problemas existentes. O último comportamento que dele se esperava era de corromper-se, colocando em risco mais uma vez a reputação da empresa", afirmou Moro.
Bendine está preso no Complexo Médico-Penal (CMP) de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, desde julho do ano passado, quando foi preso preventivamente a partir das investigações da Lava-Jato. Ele presidiu o Banco do Brasil de abril de 2009 a fevereiro de 2015 e a Petrobras até maio de 2016.
Em delação feita pelo empresário Marcelo Odebrecht, Bendine foi citado como um dos beneficiários de pagamento de vantagens indevidas. Em depoimento prestado juiz Moro, Marcelo Odebrecht, um dos delatores das investigações da Lava-Jato, disse que autorizou repasse de R$ 3 milhões a Bendine.
Após o depoimento, a defesa de Bendine considerou o depoimento como ilação e disse que Marcelo reconheceu não ter recebido diretamente cobrança de vantagens.