Na cerimônia que formalizou sua ida para a reserva do Exército, nesta quarta-feira (28), o general Antônio Hamilton de Mourão voltou a fazer críticas à classe política e afirmou que ajudará a campanha do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) à Presidência da República.
— Se tiver que subir no palanque, eu subo — afirmou.
Notabilizado por defender a intervenção militar no país, Mourão disse que não pretende se candidatar, alegando que o "quadro político-partidário é fragmentado".
— Não sou melhor do que ninguém, mas falta substância aos partidos. O único capital que tenho é o moral. E a estrutura hoje mostra a fragilidade do regime que vivemos — disse.
No fim do ano passado, Mourão foi destituído do cargo de secretário de Economia e Finanças do Comando do Exército depois de afirmar que o presidente Michel Temer faz do governo um "balcão de negócios" para se manter no poder.
No seu discurso de despedida, Mourão também elogiou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, responsável pelo DOI-Codi entre 1970 e 1974 e reconhecido pela Justiça brasileira como torturador. Para o general, Ustra foi um "herói".
Em entrevista à imprensa após cerimônia que formalizou sua ida para a reserva, o general criticou a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.
— O general Braga Netto (interventor no Rio) não tem poder político, é um cachorro acuado e não vai conseguir resolver dessa forma — disse Mourão.