O presidente da Assembleia Legislativa, Marlon Santos (PDT), afirmou, no início da tarde desta terça-feira (6), que a delação do ex-deputado Diógenes Basegio (ex-PDT) aponta irregularidades supostamente cometidas por cinco políticos gaúchos. Segundo o parlamentar, a informação foi repassada pelo procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado (MPE), Fabiano Dallazen.
Os dois se encontraram pela manhã, a pedido de Marlon, após a homologação da delação de Basegio ser revelada por GaúchaZH. Conforme o presidente da Assembleia, dos cinco delatados, um já foi descartado pelo MPE por falta de provas. O deputado também disse que um dos apontados não detém foro privilegiado — ou seja, está afastado de cargos eletivos. O MP não comenta o assunto.
De acordo com Marlon, o MP informou que as irregularidades investigadas são anteriores a 2015. No final daquele ano, Basegio foi cassado por unanimidade por quebra de decoro parlamentar.
— Não perguntei nomes porque não achei interessante colocar o agente ministerial nesta saia justa, mas perguntei números, e me foi dito que eram cinco (políticos). Depois, descartou-se um em razão da inconstância do depoimento. Então, só quatro deputados estão no processo de delação — disse Marlon.
Entre multas e devoluções ao erário público, Basegio terá de desembolsar R$ 3 milhões. O valor foi informado pelo MP ao presidente da Assembleia.
O parlamentar também garantiu que os documentos anteriores a 2015 estão preservados, caso haja necessidade de investigação. Atualmente, não há investigações em curso contra parlamentares na Casa. Marlon solicitou ao MP a garantia de sigilo no caso de deputados serem chamados para dar explicações.
— Reputações são liquidadas em razão de uma culpabilização antecipada que depois resulta em culpa nenhuma — afirmou o presidente da Assembleia.
Nenhum parlamentar teria sido ouvido até o momento. Marlon solicitou ao MP que o órgão formalize o nome dos investigados em até 10 dias.
— Todos os deputados estão incomodados, especialmente porque fica muito chato sabermos que há uma delação atirando como metralhadora giratória para todo lado. Tenho preocupação com isso – ressalta.