Após três meses marcados por polêmicas, Fernando Segovia não resistiu e foi demitido do cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (27). Em seu lugar, assumirá Rogério Galloro, atual secretário nacional da Justiça. No fim do ano passado, em meio às articulações para trocar o comando da PF, Galloro era o nome preferido do ministro da Justiça, Torquato Jardim, para assumir o posto.
Galloro formou-se em Direito no Centro Universitário de Rio Preto (UNIPR), em 1992, e possui MBA em Gestão de Políticas de Segurança Pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Desde 1995 na PF, o novo chefe da corporação já foi, entre outros cargos, superintendente regional no Estado de Goiás, diretor de Administração e Logística, adido policial na embaixada do Brasil nos Estados Unidos e delegado para as Américas no Comitê Executivo da Interpol. Após ser preterido para a direção-geral da PF, Galloro assumiu a Secretaria Nacional de Justiça, em novembro de 2017.
Galloro assume a chefia da Polícia Federal em um cenário onde a União decretou intervenção federal no Rio de Janeiro e criou o Ministério Extraordinário da Segurança Pública, que tem o ex-ministro da Defesa Raul Jungmann como titular desde a manhã desta terça-feira. A troca no comando da PF foi uma das primeiras decisões de Jungmann à frente da pasta.
A troca no comando da PF ocorre em um momento conturbado. Em apenas três meses de gestão, Segovia colecionou polêmicas. Logo na sua posse, em novembro do ano passado, o então diretor-geral criticou a Procuradoria-Geral da República que, na gestão de Rodrigo Janot, denunciou duas vezes o presidente Michel Temer, a primeira por corrupção passiva no caso da mala dos R$ 500 mil que a JBS pagou para o ex-assessor especial do peemedebista, Rodrigo Rocha Loures.
No início de fevereiro, em entrevista à agência Reuters, Segovia afirmou que a tendência era de arquivamento de investigação contra o presidente no caso do decreto dos Portos.