Em meio à intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, a Polícia Federal (PF) vai começar, na semana que vem, a recrutar agentes para integrar uma equipe de operação de inteligência no Estado. A ação, batizada de União Rio, vem sendo estruturada desde dezembro do ano passado e pretende integrar as informações de inteligência produzidas pelas forças de segurança com foco no combate ao tráfico de drogas, armas e roubo de carga.
Além da PF, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), as polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro, a Polícia Rodoviária Federal e as Forças Armadas vão indicar nomes para a chamada União Rio. O grupo formado por esses agentes ficará sediado na Superintendência da PF no Estado, em uma central de controle de informações de inteligência.
Somente da PF serão 30 policiais com atuação exclusiva. A operação terá como chefe o delegado Júlio César Baida Filho.
O objetivo da criação da União Rio é promover o compartilhamento de informações de inteligência desses órgãos de segurança do Estado para subsidiar operações da PF contra o crime organizado. Essas investigações deverão dar origem a operações, no modelo da Lava-Jato, contra as organizações criminosa que atuam no RJ. Atualmente, cada órgão possui seu setor de inteligência que produz informações, mas não as compartilha com as demais instituições.
A União Rio não ficará subordinada ao comando militar do general Walter Braga Netto, indicado como interventor pelo governo federal, mas terá sua atuação voltada a dar suporte às ações de combate ao crime organizado patrocinadas por ele. O comando da PF já fez um primeiro contato com a equipe de Braga Netto após o anúncio da intervenção e recebeu um sinal positivo para continuar com a criação do grupo.
Para um delegado envolvido na operação, ao integrar as informações de inteligência, a União Rio marca uma mudança de mentalidade na atuação das forças de segurança.