Quatro imóveis do ex-ministro José Dirceu, no valor global de R$ 11.050.375, vão a leilão no dia 26 de abril. Segundo o edital, os bens serão vendidos "no estado em que se encontram, de forma individual" e os lances poderão ser ofertados pela internet.
"O leilão será realizado no dia 26 de abril de 2018, a partir das 14h e, caso não haja arrematação do(s) bem(ns), haverá uma segunda praça, no dia 4 de maio de 2018, a partir das 14h", informa o edital.
O juiz Sergio Moro mandou alienar os imóveis para leilão em janeiro. Na ocasião, o magistrado apontou que "nenhum dos imóveis é utilizado atualmente como moradia" por Dirceu e que havia "inequívoco risco de esvaziamento do confisco".
Serão leiloados o imóvel sede da JD Assessoria — empresa de consultoria do ex-ministro, em São Paulo — no valor de R$ 6 milhões; um imóvel em nome da filha de Dirceu, também na capital paulista, avaliado em R$ 750.375; uma chácara em Vinhedo, interior paulista, de R$ 1,8 milhão; e uma casa em Passa Quatro — cidade onde morava a mãe do petista —, em Minas Gerais, de R$ 2,5 milhões.
Não primeiro leilão, o valor mínimo de cada unidade será o da avaliação judicial. Caso haja um novo leilão, o valor mínimo para a venda "corresponderá a 80% do valor da avaliação judicial".
Em novembro do ano passado, a defesa de Dirceu informou que dois imóveis tinham dívidas de IPTU e condomínio em atraso. Os advogados relataram à Justiça que os débitos da casa de Passa Quatro estavam "longe de comprometer os imóveis" e afirmaram que o petista usaria a aposentadoria da Câmara, de R$ 10 mil, para quitar os valores "o quanto antes".
O petista foi preso em agosto de 2015 na Operação Pixuleco, 17ª fase da Lava-Jato. O ex-ministro ganhou liberdade em maio do ano passado, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Dirceu foi condenado por Moro em duas ações penais a 32 anos e um mês de prisão — 20 anos e 10 meses em um processo e 11 anos e 3 meses em outro. Em setembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) julgou a primeira ação que condenou Dirceu e aumentou a pena de 20 anos e 10 meses para 30 anos, nove meses e 10 dias por corrupção passiva, pertinência a organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Após a decisão da 2ª instância, o ex-ministro entrou com embargos de declaração. O recurso foi negado em novembro. O Tribunal da Lava-Jato está analisando embargos infringentes do petista.
Defesa
Segundo o advogado de Dirceu, Roberto Podval, "o leilão só comprova a absoluta falta de dinheiro de José Dirceu, bem diferente dos delatores que fizeram da delação um bom negócio."