Com a saída de Ronaldo Nogueira do Ministério do Trabalho, o PTB cogita indicar outro gaúcho para o cargo: o deputado federal Sérgio Moraes. O nome do parlamentar voltou a ganhar força nesta terça-feira (2), após a rejeição de Pedro Fernandes (MA) para a vaga – a negativa do Planalto teria sido influenciada pela opinião do ex-presidente José Sarney (PMDB).
Moraes admite que já foi procurado pelo presidente do partido, Roberto Jefferson, para tratar do assunto. No entanto, até agora há um empecilho para que ele assuma o cargo: se posicionar contra o texto da reforma da Previdência, considerado o principal projeto do governo Temer.
A situação poderia gerar mal-estar junto ao Planalto. Além disso, o suplente de Moraes na Câmara, Assis Melo (PCdoB), também é contra a proposta.
– Eu sou a favor da retirada das mordomias, mas tenho dificuldade com outros pontos da reforma – afirmou.
Moraes também reagiu à informação de que Sarney não teria aprovado o nome do deputado Pedro Fernandes. Para ele, a escolha do partido precisa ser respeitada, e somente o presidente Michel Temer tem autonomia para discordar.
– Eu acho que o partido tem que bancar (a indicação), o Sarney gostando ou não gostando, não é o Sarney quem manda – disparou.
Com atuação discreta na Câmara, Moraes ganhou projeção nacional em 2009, quando defendeu um colega no Conselho de Ética da Casa.
– Estou me lixando para a opinião pública – disse a jornalistas, à época, após ser questionado sobre o caso do então deputado Edmar Moreira, dono de um castelo em Minas Gerais.
Moraes está em seu terceiro mandato como deputado federal e não pretende concorrer à reeleição. Decidiu trabalhar a favor do filho, o deputado estadual Marcelo Moraes (PTB), que pretende disputar uma vaga na Câmara nas eleições deste ano.