Em seu primeiro discurso na tribuna da Câmara desde que foi eleito pela primeira vez, em 2010, o deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca (PR-SP), anunciou, nesta quarta-feira (6), que não vai concorrer à reeleição. Em rápida fala, ele disse que vai abandonar a vida política por ter se decepcionado com o trabalho parlamentar.
— Subo nessa tribuna pela primeira vez e pela última vez. Não por morte. Porque estou abandonando a vida pública. (...) Saio decepcionado mesmo — declarou Tiririca.
Ele afirmou que, após o segundo mandato, percebeu que "não dá para fazer muita coisa".
— Costumo dizer que parlamentar trabalha muito e produz pouco — disse, elencando "mordomias" a que parlamentares têm direito, como um salário líquido de R$ 23 mil.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em agosto, Tiririca já tinha dito que estava propenso a encerrar a carreira parlamentar em 2018, quando acaba o segundo mandato, por estar desiludido com a política. Na conversa, ele criticou o Congresso e afirmou que não tem o "jogo de cintura" exigido para ser político.
— Não vai mudar. O sistema é esse. É toma lá, dá cá — afirmou.
Tiririca disputou o primeiro mandato em 2010, quando foi o deputado mais votado do país, com 1,3 milhão de votos. À época, usou o slogan "pior que está, não fica".
Em 2014, foi reeleito com cerca de 1 milhão de votos. No segundo mandato, ele votou tanto a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) quanto a favor das duas denúncias contra o presidente Michel Temer.