O vice-líder do PMDB na Câmara, deputado Carlos Marun (MS), disse nesta segunda-feira (11) que pode pedir o indiciamento do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, e de seu então chefe de gabinete Eduardo Pelela. O deputado disse ainda que está trabalhando na finalização do relatório da Comissão Mista de Inquérito (CPI) da JBS, da qual é relator, antes de assumir a Secretaria de Governo, na quinta-feira (14).
— O procurador Janot declarou que as negociações entre os delatores e a antiga cúpula da PGR (Procuradoria-Geral da República) só aconteceu em 27 de março, quando hoje está comprovado que essas conversas ocorriam há cerca de 40 dias na sala ao lado da sua. Eu, sinceramente, tenho muita dificuldade em acreditar que o procurador Janot não soubesse disso. Até porque, se isso aconteceu, é uma traição das maiores do mundo. Eu entendo que aí há uma ilicitude muito grave que pode resultar num pedido de indiciamento de Janot e de Pelela, que a princípio era o seu representante ou aquele que o traía ao não lhe dar informações — disse Marun.
O deputado afirmou que apresentará na terça-feira (12) o documento com os resultados de sua análise. Ele espera que a votação possa ser iniciada ainda no mesmo dia, caso não haja pedido de vista, e possa ser finalizada até quinta-feira (14).
Marun disse que ainda não decidiu se vai pedir em seu relatório a prisão do ex-procurador da República Marcelo Miller, apontado nas investigações como o responsável pelas articulações para fechar acordo de delação premiada entre os empresários da JBS e a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Sobre os termos da delação, o deputado sinalizou que deve pedir a nulidade dos benefícios recebidos pelos empresários e das provas obtidas de forma ilícita.