A oposição passa, a partir de 1º de janeiro de 2018, a comandar da Câmara de Vereadores de Santa Maria. A virada de mesa vinha sendo articulada pela bancada do PT. Com isso, os governistas, que apoiam o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), perderam o controle da presidência do Legislativo e também dos 18 cargos com os maiores salários dentro da Casa.
A chapa encabeçada por Alexandre Vargas (PRB), que é um dissidente do lado do governo, levou 11 votos. Já a candidatura governista, que tinha o nome da vereadora Cida Brizola (PP), obteve 10. Ou seja, por um voto a mais, a oposição conquistou a presidência do Legislativo e ainda a distribuição dos 18 cargos dentro da Câmara, com os maiores salários na Mesa Diretora.
A costura em torno da candidatura de Alexandre Vargas foi iniciada há três meses. Vargas destaca que o estopim que culminou na candidatura própria foi impulsionado pelo descontentamento com o tratamento dado por Pozzobom aos vereadores.
Com isso, o PT e a Rede que, juntos, somam cinco vereadores iniciaram as conversas com os parlamentares governistas descontentes. O saldo é que de 16 apoiadores de Pozzobom na Câmara, seis deles mudaram de lado. Então, a partir de 2018, dos 21 vereadores – 11 são da oposição e 10 da situação.
Prioridades e relação
O presidente eleito destaca que trabalhará para retomar a obra do prédio da Câmara, que está parada há quatro anos.
— Essa situação (da obra) é vexatória e vergonhosa à Câmara. Precisamos fazer com que a obra seja retomada o quanto antes — projeta Alexandre Vargas.
Vargas afirma que a prefeitura não encontrará dificuldades na aprovação de projetos “desde que sejam de interesse da população”.
Do lado do governo, o vereador João Kaus (PMDB) não vê prejuízo na troca de lado dos governistas dissidentes. O peemedebista, contudo, eleva o tom quanto à postura do grupo descontente:
_ O que faltou foi coerência e comprometimento por parte desses vereadores que mudaram de lado. Lamentavelmente, essa postura é típica de quem quer jogar para a torcida.