O repórter Ricardo Martins, da TV Band Triângulo, falou na manhã desta quinta-feira (21) ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha sobre a agressão que sofreu de uma servidora da Câmara de Vereadores de Uberlândia, em Minas Gerais. O apresentador fazia uma entrevista na quarta-feira (20) sobre a suspensão do aumento de salário dos vereadores, por decisão judicial, quando foi atingido por tapas e teve o microfone arrancado da mão. A autora das agressões foi a procuradora jurídica Alice Ribeiro. O vídeo do caso repercutiu em redes sociais.
O jornalista contou que a entrevista deveria ter ocorrido com o presidente da Câmara, mas quem lhe recebeu foi a procuradora jurídica. Ele acredita que ela estava incomodada com reportagens anteriores que ele tinha feito sobre a atuação dos vereadores.
— Ela perdeu completamente o controle — contou.
Ouça o áudio da entrevista do repórter ao Timeline:
No vídeo, Martins questiona a servidora sobre o reajuste de 19% aprovado pelos vereadores, de R$ 15 mil para R$ 18 mil. O aumento foi suspenso pela Justiça por meio de liminar, após uma ação popular promovida por um grupo de advogados.
— A questão pode ser legal, mas de certa forma não é imoral, diante da situação que a gente passa no país? — pergunta o repórter.
— Se você acha a Constituição federal imoral, é problema seu — responde Alice.
— A senhora está com algum problema comigo, particular?
— Nunca lhe vi — diz a servidora.
— Por que esse questionamento dessa maneira? — rebate Martins.
— Porque você é capcioso (mentiroso).
— Eu sou capcioso? Eu só fiz uma pergunta para a senhora. A senhora é que está...
A servidora, então, agride o repórter com um tapa e arranca o microfone da mão dele.
— Te processo, ordinário! Não se atreva, viu? — grita a funcionária, antes de deixar a sala.
Confira o vídeo do momento da agressão:
Repercussão
O jornalista afirmou que a Câmara de Vereadores de Uberlândia manifestou repúdio ao ato. Ele disse que o caso ganhou repercussão com a divulgação do vídeo na internet, mas lamentou que isso tenha ocorrido após uma agressão.
— Hoje ela tira o microfone da minha mão, amanhã um de nós recebe uma facada de um entrevistado ou um tiro na cara porque ele se acha no direito de não ser questionado.
Segundo Martins, os vereadores estão sendo pressionados pela população para não recorrerem da decisão judicial que suspendeu o reajuste de salário.