O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu, em uma entrevista publicada neste sábado (18), pelo jornal francês Le Monde que, se for eleito em 2018, organizará um referendo para "perguntar ao povo" sobre as reformas econômicas.
— Se eu ganhar as eleições, haverá um referendo para perguntar ao povo a sua opinião — garantiu ao ser questionado pelo jornal sobre se voltaria atrás nas reformas implementadas pelo o governo Temer, como a reforma trabalhista. — E este tema será debatido no Congresso — acrescentou.
O ex-presidente, de 72 anos, se mostrou confiante na sua candidatura: "isso não me preocupa", "a hora da verdade chegará e o PT decidirá". Lula aproveitou a entrevista para criticar o juiz Sérgio Moro, que em julho deste ano o condenou a quase 10 anos de prisão.
— Fui condenado em um processo em que o mesmo juiz reconhece que o apartamento não era meu e que não houve desvio de recursos da Petrobras — denunciou.
— O juiz Sérgio Moro, refém da mídia, estava condenado a me condenar. Os procuradores, presas de uma megalomania, asseguram que o Partido dos Trabalhadores queria o poder para roubar — disse. — A Polícia Federal mente, o procurador mente e o juiz Moro transforma essas mentiras em processos judiciais.
Lula, que espera em liberdade o resultado de seu recurso nesse julgamento, é réu em sete processos por delitos que vão de tráfico de influências a associação ilícita. Ainda assim afirmou que "toda política contra a corrupção é bem-vinda", apesar do "objetivo de criminalizar o PT".