O presidente Michel Temer vai reunir, no fim desta segunda-feira (6), líderes da base aliada para tratar de projetos que devem ser votados nos próximos meses. O convite para o encontro também será feito aos presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Segundo interlocutores do Planalto, a previsão é que a reunião ocorra às 18h. "Hoje me reunirei com líderes da base aliada no Congresso. Temos uma boa pauta e muito trabalho pela frente", escreveu Temer no Twitter, usando a hashtag "#juntosfaremos".
Na tarde de domingo (5), o presidente se reuniu no Palácio do Jaburu com Maia e com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), além do líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, e o líder do PMDB, deputado Baleia Rossi. Segundo o Planalto, na reunião falou-se sobre a pauta da semana na Câmara.
No início da tarde, o presidente iniciou a uma reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, além de Padilha e Moreira. Segundo fontes, a reunião deve tratar da Eletrobras.
O governo está empenhado em diluir sua participação na estatal, mesmo que isso não ocorra durante o processo de emissão de ações, que está em fase de modelagem neste momento. Em entrevista concedida o domingo a uma mídia da Espanha, onde participa de encontros com investidores na área de infraestrutura, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, garantiu que a equipe econômica está determinada a reduzir a fatia da União na estatal.
— Nossa maior preocupação é que não haja diluição — explicou.
Crises
Além de tentar dar mais protagonismo à base na definição da agenda de votação, Temer fará um aceno a Maia e pretende tratar, entre os temas da reunião, de segurança pública no Rio. O encontro ocorrerá dias após Maia ter cobrado que o ministro da Justiça, Torquato Jardim, apresentasse provas das acusações que fez contra a cúpula de segurança pública do Rio.
Auxiliares do governo dizem que Temer aposta no esvaziamento tanto da crise provocada pela declaração de Torquato como da polêmica em torno do pedido de aumento de salário acima do teto constitucional feito pela ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois. Apesar disso, como a ministra é do PSDB e há uma pressão reforçada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por desembarque do partido no governo, Temer deve avaliar a situação da ministra ao longo da semana.