Após mais de três horas de depoimento à Justiça Federal em Brasília, nesta segunda-feira (6), o ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi questionado se mantém alguma renda atualmente. Na resposta, disse que enfrenta dificuldades, até mesmo, para pagar os advogados.
– Neste momento, estou sem renda e com meus bens bloqueados. Estou numa situação de absoluta penúria – reclamou.
A declaração foi dada depois que o juiz da 10ª Vara da Justiça Federal, Vallisney Souza Oliveira, perguntou se Cunha ainda recebia algum dividendo, usando outro réu como exemplo – o doleiro Lucio Funaro, que afirma receber valores de investimentos.
O depoimento integra as investigações da Operação Sépsis, desmembramento da Lava-Jato que apura supostos casos de pagamento de propina em transações envolvendo Fundos de Investimento do FGTS (FI-FGTS), geridos pela Caixa Econômica Federal.
Mais cedo, Cunha afirmou que marcou uma reunião entre Funaro e o ministro da Secretaria de Governo, Moreira Franco, que ocupava, à época, a vice-presidência da Caixa CEF. O ex-parlamentar negou, contudo, que tenha recebido propina devido à ação.
– Se Moreira Franco recebeu (propina), e se tratando de Moreira Franco até não duvido, não foi através das minhas mãos – disse.