Nesta segunda-feira (3), o ex-ministro do governo Temer, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) foi preso por suspeita de tentar obstruir investigação que apura irregularidades na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal. Além de Geddel, outras quatro pessoas foram presas preventivamente no âmbito das operações Sépsis e Cui Bono, que investigam transações ilegais promovidas pelo núcleo político que agia dentro da administração da Caixa em troca de propinas.
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Veja quem são os presos:
Lúcio Funaro
Apontado como operador de propinas de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o doleiro Lúcio Funaro está preso desde 1º julho de 2016. Funaro é suspeito de receber subornos de grandes empresas em parceria com o parlamentar. O doleiro foi preso no âmbito da Operação Sépsis, baseada na delação de Fabio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa. Funaro também é investigado nas operações Patmos e Greenfield. O doleiro também é citado nas delações da J&F como recebedor de mensalinho de R$ 400 mil para ficar em silêncio na cadeia. O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, afirma que o presidente Michel Temer teria dado o aval para o pagamento de propina em troca do silêncio de Funaro e Cunha.
Eduardo Cunha
Em 19 de outubro do ano passado, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha foi preso preventivamente. Cunha foi detido por suspeita de receber propina de contrato de exploração de Petróleo na África, e de usar contas na Suíça para lavagem de dinheiro. Outro mandado de prisão foi expedido contra Cunha, em junho deste ano. Segundo os investigadores, grupo liderado pelo deputado cassado nas vice-presidências de Fundos e Loterias e Pessoas Jurídicas da Caixa Econômica Federal (CEF) agia para promover fraudes no banco estatal. Cunha teria agido para facilitar liberações do FI-FGTS para obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. O ex-deputado é réu em processo que investiga o caso. Cunha seria um dos principais articuladores que agiam para garantir os interesses de empresários em troca de propinas no banco estatal.
Henrique Eduardo Alves
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-ministro do Turismo nos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) e ex-presidente da Câmara dos Deputados, foi preso em 6 de junho deste ano, na Operação Manus. Segundo a investigação, Alves e Cunha receberam suborno na construção da Arena das Dunas, estádio construído em Natal para a Copa do Mundo de 2014. Alves também é réu pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, envolvendo a liberação de recursos do FI-FGTS, para obras do Porto Maravilha. No caso de Alves, há relatos da existência de movimentação financeira externa entre os anos de 2011 e 2015, período em que teriam ocorrido os desvios de recursos do FI-FGTS por parte da organização criminosa que agia na Caixa.
André Luiz de Souza
André Luiz de Souza, ex-agente do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), foi preso preventivamente, em junho deste ano, no âmbito das nas Operações Sépsis e Cui Bono. Souza é acusado de favorecer a Odebrecht no período em que integrava o conselho por indicação da Central Único dos Trabalhadores (CUT). O mandado de prisão contra o ex-agente foi expedido na mesma operação que prendeu Henrique Eduardo Alves. Indícios revelam que – apenas entre os meses de fevereiro de 2011 e março de 2012 – as operações financeiras externas realizadas por Souza totalizaram US$ 12 milhões.
*Zero Hora com informações de agências