A Polícia Federal faz buscas, na manhã desta segunda-feira (16), no gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima. A ação ocorre a pedido da Procuradoria-Geral da República e foi autorizada pelo relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Edson Fachin.
Além da Câmara, segundo o G1, a PF também faz buscas no apartamento do deputado e em mais dois endereços em Salvador, na Bahia.
A operação está ligada aos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento atribuído a Geddel na capital baiana — a maior apreensão de dinheiro vivo da história da PF — na Operação Tesouro Perdido, desdobramento da Cui Bono?.
A investigação foi remetida ao STF em setembro, devido a indícios da relação a Lúcio Vieira Lima, que, na condição de deputado federal, tem foro privilegiado.
De acordo com a PF, o imóvel onde estavam as malas de dinheiro foi emprestado a Lúcio Vieira Lima e era usado por Geddel. O ex-ministro está preso em Brasilia devido à apreensão.
Relembre o caso
No dia 5 de setembro, durante a Operação Tesouro Perdido, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão em "bunker" ligado a Geddel, em Salvador. Foram apreendidos R$ 51 milhões em dinheiro vivo. A corporação afirma que buscava documentos no apartamento e diz que não sabia que o valor estava guardado no imóvel. A PF encontrou digitais de Geddel no dinheiro.
Os investigadores chegaram ao apartamento por meio de informações coletadas na Operação Cui Bono, que prendeu preventivamente o ex-ministro por suspeita de tentar obstruir investigação que apura irregularidades na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal.
Enquanto cumpria prisão domiciliar, Geddel foi preso no dia 8 de setembro devido aos R$ 51 milhões encontrados. O ex-ministro segue detido no Presídio da Papuda, em Brasília.
No depoimento prestado à PF, o dono do apartamento, Silvio Antônio Cabral da Silveira, disse que foi Lúcio quem pediu o imóvel emprestado e que o fez em nome da amizade com o parlamentar, embora não conhecesse Geddel.
Além disso, no local, foi encontrada uma fatura em nome de Marinalva Teixeira de Jesus, apontada como empregada doméstica do congressista.