O ex-ministro Geddel Vieira Lima chegou por volta das 16h20min a Brasília, após ser preso na manhã desta sexta-feira (8) em Salvador. A prisão ocorreu três dias após a Polícia Federal (PF) encontrar mais de R$ 51 milhões, atribuídos a ele, em um apartamento da capital baiana.
Vestindo roupas brancas e segurando uma mala, o peemedebista desembarcou da aeronave e caminhou rumo a um dos hangares do aeroporto da capital federal. O ex-ministro será levado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames de praxe e, posteriormente, vai para o complexo penitenciário da Papuda, nos arredores de Brasília.
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Nesta sexta, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão em Salvador, como parte da Operação Cui Bono, que investiga desvios de recursos em vice-presidências da Caixa Econômica Federal.
O segundo mandado de prisão foi emitido contra o superintendente da Defesa Civil de Salvador, Gustavo Ferraz. O juiz Wallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, argumenta que os pedidos de prisão foram feitos para evitar "a destruição de elementos de provas imprescindíveis à elucidação dos fatos".
Após a solicitação, Oliveira autorizou o cumprimento dos mandados para recolher provas de crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. No pedido, ele argumenta que Geddel agia de forma "sorrateira".
Entenda o caso
Na última terça-feira (5), a PF apreendeu mais de R$ 51 milhões em malas e caixas de dinheiro em um apartamento na Graça, em Salvador. O proprietário, Sílvio Silveira, confirmou em depoimento que emprestou o imóvel a Geddel, que teria pedido para guardar pertences do pai, que morreu no ano passado. Até a manhã desta sexta, Geddel cumpria prisão domiciliar.
A primeira fase da Operação Cui Bono foi deflagrada pela PF em 13 de janeiro deste ano e investigou esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa no período entre 2011 e 2013.
De acordo com a investigação, entre março de 2011 e dezembro de 2013, a vice-presidência de Pessoa Jurídica da instituição era ocupada por Geddel Vieira Lima.
Após o cumprimento de prisão preventiva, a defesa do ex-ministro informou, em nota, que se manifestará "somente quando tiver acesso aos autos". Segundo informou o advogado de Geddel, Gamil Föppel, ele ainda não teve acesso aos documentos que são mencionados no decreto de prisão.
Na mesma nota, o advogado lamenta que o direito de defesa "seja tão reiteradamente desrespeitado", porque alega que o acesso "a elementos de prova, já documentado nos autos" não pode ser impedido.