A deputada Maria do Rosário (PT-RS) publicou um texto em resposta à carta divulgada nesta segunda-feira (16) pelo presidente Michel Temer, destinada a parlamentares e na qual se diz vítima de conspiração. No documento, a parlamentar afirma estar indignada com o que Temer escreveu.
"O senhor, falando em torpezas e vilezas? Somente diante de um sincero pedido de desculpas ao Brasil que lhe elegeu para o posto de vice-presidente, e que não merecia ver a democracia destroçada por sua sede de poder, poderíamos dar ouvidos às suas palavras sobre 'conspiração'", ressalta a gaúcha em um trecho .
Em outro, ela sugere que quem deveria estar descontente é o povo brasileira, não o presidente.
"Vinte anos de congelamento de investimentos sociais, desmonte da legislação trabalhista, uma reforma da previdência que atinge quem mais precisa, o definhamento da política de habitação, o fim da Farmácia Popular, do Ciência Sem Fronteiras, a desestruturação do Sistema Único de Assistência Social, os cortes orçamentários drásticos nos Institutos Federais e Universidades, no Prouni e no Fies, e um grande conjunto de políticas públicas importantes. Quem está indignado é o estudante, o aposentado, a trabalhadora e o trabalhador do campo e da cidade, os servidores públicos, o povo!"
A carta de Temer
A carta de Temer foi enviada nesta segunda-feira a parlamentares, sob o pretexto de apresentar a defesa em relação às acusações que pesam contra ele. No texto, o peemedebista voltou a afirmar que é vítima de uma conspiração que, segundo ele, teve participação direta do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
"Jamais poderia acreditar que houvesse uma conspiração para me derrubar da Presidência da República. Mas os fatos me convenceram. E são incontestáveis", escreveu.
Na mensagem, o presidente usa declarações do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para desqualificar a delação premiada do doleiro Lucio Funaro, operador do PMDB.
"Em entrevista à revista Época, o ex-deputado Eduardo Cunha disse que a sua delação não foi aceita porque o procurador-geral exigia que ele incriminasse o presidente da República. Esta negativa levou o procurador Janot a buscar alguém disposto a incriminar o Presidente. Que, segundo o ex-deputado, mentiu na sua delação para cumprir com as determinações da PGR. Ressaltando que ele, Funaro, sequer me conhecia", afirma Temer na carta.