A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Paraná divulgou, nesta segunda-feira (11), o esquema de segurança para o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira (13), ao juiz Sergio Moro, em Curitiba. Será a segunda vez que o petista fica frente a frente com o magistrado em audiência de processo resultante da Operação Lava-Jato.
Na primeira, em 10 de maio, foram mobilizados cerca de 3 mil agentes de segurança, incluindo policiais militares, federais, civis e rodoviários estaduais e federais, bombeiros e guardas municipais. Desta vez, segundo o secretário da Segurança, Wagner Mesquita de Oliveira, serão 1,5 mil homens.
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O secretário afirma que a redução do efetivo é compatível à previsão de menos manifestantes no local. Oliveira foi informado de que cerca de 2,5 mil apoiadores de Lula estarão mobilizados na cidade.
— No outro evento, recebemos informes de mais de 60 mil pessoas que viriam a Curitiba. Movimentos antagônicos, mensagens de ódio, que haveria confronto entre esses grupos. Então o planejamento foi voltado para evitar esse confronto. E nós conseguimos, de fato, evitar — explica.
Mesmo com redução pela metade do efetivo, o secretário justifica a operação com 1,5 mil homens.
— Qualquer situação em que nós vamos envolver milhares de pessoas, com ideologias diferentes, e que haja qualquer notícia de violência e dano ao patrimônio, nós temos a obrigação de empregar todos os meios — sustenta.
Ainda de acordo com o secretário, a expectativa é de que os gastos com a operação sejam menores do que no primeiro depoimento, que foi de R$ 150 mil. Oliveira alerta ainda para fiscalização reforçada nos coletivos que vão transportar os manifestantes.
— Nós não abrimos mão de fazer fiscalização nas estradas. Os ônibus que vierem para cá, que venham com documentação em dia e sem trazer nenhum tipo de material que não seja condizente com a manifestação democrática — adianta.
Segundo o secretário, em maio, durante o primeiro depoimento de Lula, foram apreendidos diversos objetivos, como foices e facas. Ele ressalta que já solicitou aos movimentos que apoiam o ex-presidente que não levem esse tipo de material.
Sobre a escolta de Lula, Wagner Mesquita de Oliveira lembrou que o ex-presidente tem direito a esse serviço e possui equipe própria, e que não a SSP recebeu solicitação de apoio. Conforme o secretário, o petista deve chegar nesta terça-feira em Curitiba e ficar em um hotel.
Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal (MPF) no caso envolvendo o recebimento de um terreno que abrigaria o Instituto Lula pela Odebrecht.
Isolamento da Justiça Federal
Também diferente do primeiro depoimento de Lula a Moro, o expediente na Justiça Federal do Paraná, em Curitiba, será normal. No entanto, quem for até o Foro precisará justificar entrada aos policiais que ficarão nas áreas de isolamento.
Assim como na última oitiva, haverá um isolamento ao redor do prédio e uma outra barreira duas quadras antes.
Concentração de manifestantes
O grupo de apoiadores do ex-presidente Lula ficará concentrado na Praça Generoso Marques, na área central da cidade. Será um espaço menor do que na manifestação de maio, quando após o depoimento, Lula encontrou os manifestantes na Praça Santos Andrade.
Já a concentração dos contrários a Lula será no mesmo local, em frente ao Museu Oscar Niemeyer, no bairro Centro Cívico. A distância entre um grupo e outro será de três quilômetros.