Durante discurso de 30 minutos em evento chamado de "Ato pela Reconstrução do Estado Democrático e de Direito", na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na noite de sexta-feira (11), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à Operação Lava-Jato, ao juiz Sérgio Moro e disse que não irá "morrer antes de voltar a governar o País".
O petista afirmou ainda que quem compõe a força-tarefa da Lava Jato "é um partido político" e prometeu que fará a regulação dos órgãos de imprensa se for reeleito.
– Eles têm de saber que têm de trabalhar muito para não deixar que eu volte a ser candidato. Se eu for candidato, vou ganhar e fazer a regulação dos órgãos de imprensa – disse o ex-presidente ao lado da também ex-presidente Dilma Rousseff, que fez um pronunciamento antes dele.
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O discurso de cerca de meia hora foi feito a uma plateia de estudantes, professores, políticos e militantes de esquerda em ato na UFRJ. O dia celebra a criação dos cursos jurídicos no Brasil.
Lula também afirmou que quem "deu o golpe" é um advogado com sustentação da imprensa, em referência ao presidente Michel Temer (PMDB).
– Nós não estamos vivendo num estado de direito – defendeu, sob aplausos.
Sobre as pedalas fiscais, que levaram ao impeachment de Dilma, afirmou ser uma prática comum no Brasil e em vários Países.
– Isso nunca foi considerado crime – disse.
O ex-presidente também declarou que a Operação Lava Jato não é um processo judicial:
– Quem compõe a força-tarefa é um partido político.
Para ele, a Petrobras e a indústria naval estão sendo destruídas em meio a esse processo.
Lula também fez críticas a sua condenação pelo juiz Sérgio Moro e disse que não tem que provar a sua inocência:
– Eles é que têm que provar a minha culpa. (...) A única coisa que posso oferecer a vocês é a minha inocência.
Ainda em relação a Moro, disse que nenhum réu pode estar acima da lei, mas nenhum juiz também está acima dela.
– Tenho consciência que o Moro não é mais honesto que eu e que nenhum procurador ou delegado é mais honesto do que eu – afirmou.
Para encerrar o discurso, bastante exaltado, Lula recorreu aos versos iniciais do Hino à Proclamação da República e comparou a uma frase muito repetida durante o evento:
– Ao invés do 'Fora, Temer', temos que gritar 'liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós. É o que nós estamos precisando neste país.