O ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, afirmou nesta quarta-feira (19) que a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer não traz "provas robustas".
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A afirmação foi feita durante entrevista ao programa Gaúcha Atualidade. Na avaliação do ministro, não há "nenhum fato" narrado pelo empresário Joesley Batista que tenha ocorrido durante o governo Temer e, portanto, o presidente não deve ser responsabilizado.
– Por enquanto não tem provas robustas. Se tivesse, já teria acabado o governo – disse.
Na denúncia apresentada contra o presidente, Janot afirma que Temer era o beneficiário da mala com R$ 500 mil em propina, entregue ao ex-deputado e ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures.
No texto, Janot diz que "a cena do parlamentar correndo pela rua, carregando uma mala cheia de recursos espúrios, é uma afronta ao cidadão e ao cargo público que ocupava". O procurador-geral da República ainda defende que Loures "foi subserviente, valendo-se de seu cargo para servir de executor de práticas espúrias de Michel Temer".
Para o ministro Osmar Terra, no entanto, não há elementos claros que liguem a mala ao presidente da República.
– Quem tem que explicar a mala é o Rocha Loures. Esse vínculo (com o presidente) não ta explícito. Não tem provas concretas disso – disse à Rádio Gaúcha.
O ministro afirmou ser a favor da Operação da Lava-Jato e defendeu a continuidade das investigações para resolver a "corrupção sistemática que se instalou no Brasil há décadas".
Questionado ainda a respeito da delação da JBS, o ministro disse que os fatos narrados por Joesley Batista e outros executivos não ocorreram durante o governo Temer, mas sim nos governos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.
A respeito da participação de Temer como vice de Dilma, o ministro relativizou e disse que o vice era "maltratado".
– Ele era o vice-presidente, não tinha poder de decisão. Aliás, um vice maltratado, marginalizado – afirmou.