O carvão gaúcho voltará ao centro da pauta do governo do Estado gaúcho na próxima segunda-feira (24), quando o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, será recebido no Palácio Piratini. Além da apresentação de projetos na área, o pedido para a inclusão de energia gerada a partir da queima do material voltará a ser feito.
Além de um almoço do Palácio Piratini com o governador José Ivo Sartori, há a previsão de um sobrevoo de helicóptero em minas da cidade de Butiá.Caso a energia elétrica gerada a carvão volte a integrar os planos do governo federal, a crença no Piratini é de que seja possível atrair investimentos para uma nova usina em Charqueadas. O projeto já existe, e o investimento seria de US$ 2 bilhões.
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A missão do Estado é neutralizar as posições contrárias ao uso do mineral, que é visto como uma saída com potencial de dano ambiental alto.– Fomos ao Japão conhecer os processos modernos realizados no país, com baixo impacto ambiental. Também queremos a modernização dos parques termelétricos – relata o secretário estadual de Minas e Energia, Artur Lemos.Em junho passado, Lemos acompanhou uma comitiva do Estado que foi até o Japão e aChina para conhecer processos de queima de carvão, buscar parceiros para o fornecimento de tecnologia e pleitear investimentos. Um dos motivos que levam à necessidade de procurar instituições financeiras internacionais é a negativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em liberar recursos para empreendimentos a carvão mineral.
Caso a Usina Termelétrica do Baixo Jacuí saia do papel, a produção de energia seria de 1.000 MW, que poderia abastecer cerca de 30% do Estado, de acordo com o Piratini. O carvão para abastecer a estrutura viria da região de Charqueadas, área de extração da empresa Copelmi, que enviou cerca de 80 toneladas para testes no Japão. As análises apresentaram resultados satisfatórios.
Carboquímico
Outra iniciativa que será apresentada ao ministro é a da criação de um Polo Carboquímico no Estado. Um projeto de lei será encaminhado para a Assembleia Legislativa até o final do ano, prevendo condições específicas para a instalação de empresas que utilizem o carvão gaúcho de forma alternativa à geração de energia elétrica.
Há negociações com a empresa sul-coreana Posco para a instalação de uma planta em Eldorado do Sul para a produção de gás natural. Outros usos para o mineral, como a produção de metanol (utilizado na composição do biodiesel), de gasolina de alta octanagem e de fertilizantes também estão na mira do Estado para a atração de empresas do setor.