Os advogados do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine entregaram, nesta segunda-feira (31), ao juiz Sergio Moro, comprovantes de que pretendia retornar ao Brasil no dia 19 de agosto de uma viagem de férias com a família à Europa.
Bendine foi preso em regime temporário por cinco dias na quinta-feira (27), na Operação Cobra, 42ª fase da Lava-Jato, por suspeita de recebimento de R$ 3 milhões em propinas da Odebrecth em troca de ajudar a empreiteira em negócios na estatal petrolífera. "Cobra" é como Bendine era identificado na planilha de propinas da Odebrecht, segundo delatores da companhia.
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Os investigadores descobriram que ele estava com viagem marcada para a sexta-feira (28), com destino a Lisboa. Esse detalhe levou a Procuradoria da República a suspeitar que Bendine pretendia fugir do país.
No mesmo dia em que Bendine foi preso, seus advogados pediram ao juiz reconsideração da ordem de prisão temporária e exibiram cópia da passagem aérea de volta ao Brasil.
Para reforçar o argumento de que Bendine não tinha intenção de escapar, os criminalistas Pierpaolo Bottini e Cláudia Vara San Juan de Araujo, que representam o ex-presidente da Petrobras, juntaram aos autos da Operação Cobra as reservas em hotéis de quatro países: Portugal, Hungria, Áustria e República Tcheca.
"Note-se que há reservas para todo o período compreendido entre os dias 29 de julho a 18 de agosto, sendo que em 19 subsequente, pela manhã, retornaria ao Brasil via Portugal, conforme já devidamente comprovado, o que evidencia que o motivo da saída – temporária – de Aldemir Bendine do país era uma viagem de férias com a família, previamente organizada", sustentam os advogados.
"Dessa forma, incabíveis quaisquer conjecturas acerca de uma possível fuga, a despeito da existência de passagem de retorno."