O Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) decidiu nesta terça-feira (25) ampliar a proposta inicial de orçamento do ano que vem para a força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba, de R$ 522,6 mil para R$ 1,65 milhão. Os recursos são destinados, sobretudo, para custear gastos com diárias e passagens de procuradores e servidores.
Para se atingir esse valor, foram retirados recursos de outras áreas do Ministério Público Federal (MPF), sendo reduzidos o orçamento para concursos e o reajuste dos valores de diárias. A medida foi proposta pelo vice-procurador-geral da República, José Bonifácio de Andrada, relator do orçamento do MPF, atendendo integralmente o que havia sido solicitado pelos procuradores em Curitiba.
Bonifácio afirmou que a medida visa enviar uma mensagem positiva para a sociedade e a mídia, bem como “garantir a segurança” da atuação da força-tarefa, tendo em vista o “interesse público”.
A proposta foi aprovada por decisão unânime dos 11 conselheiros do CSMPF, que seguiram orientação positiva dada por Raquel Dodge, que assumirá o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) a partir de setembro e passa a ser responsável pela gestão do orçamento.
– Essa seria realmente uma indicação muito positiva. Acho realmente um bom sinal, uma boa sinalização, que demonstra a todos que o Ministério Público não abre mão das investigações em curso na Lava Jato – concordou o atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Na semana passada, Raquel Dodge enviou um ofício questionando a redução do orçamento da Lava Jato na proposta inicial apresentada por Janot, que era de R$ 522 mil. Em resposta, Janot negou que tivesse reduzido os recursos para a operação, afirmando que o orçamento inicial serviria como base referencial, podendo ser objeto de suplementações, como de fato ocorreu com o orçamento deste ano, inicialmente de R$ 501 mil e posteriormente ampliado para R$ 1,2 milhão.