O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), negou, na segunda-feira (12), que o partido tenha decidido permanecer na base aliada do presidente Michel Temer em razão de chantagem do PMDB.
– Só li nos jornais. A mim, não chegou nenhuma chantagem – afirmou.
O tucano cearense ressaltou que sua reunião com o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), na última quinta-feira (8), foi "super amistosa", sem pressões. Antes do encontro, Jucá havia afirmado em entrevista que, se o PSDB desembarcasse, seria difícil para o PMDB apoiar um tucano nas eleições de 2018. A fala gerou mal-estar entre tucanos, como o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP).
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Segundo Tasso, a decisão da legenda tem o objetivo de preservar a governabilidade e, assim, a aprovação das reformas
– O PSDB está dentro desse governo em nome da estabilidade e das reformas que são necessária. Nossa maior preocupação são os desempregados que estão aí e não deixar que essa crise econômica venha a piorar – disse.
"Incoerência"
Tasso também reconheceu que há uma incoerência no fato de o partido ter decidido, ao mesmo tempo, se manter na base aliada do governo Michel Temer e recorrer contra a absolvição do peemedebista pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
– Com certeza existe uma incoerência nisso, mas é a incoerência que a história nos colocou – afirmou em entrevista coletiva após a reunião dos tucanos.
Tasso afirmou que, como presidente do partido, não deixará de reconhecer que houve corrupção e uso de dinheiro público nas eleições de 2014 por parte da chapa Dilma-Temer.
– Achamos que houve corrupção e uso do dinheiro público nas eleições de 2014. Não temos menor duvida sobre isso. Não temos porque ficar calados se temos ainda o recurso para provar nossa convicção – disse.
Segundo ele, o tipo de recurso só será definido após o TSE publicar o acórdão do julgamento.