O penteado do ex-assessor especial do presidente Michel Temer e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR) está nas mãos de Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF. O ministro vai decidir se acolhe ou não o pedido de Loures que não quer ter a cabeça raspada na Papuda, complexo penitenciário para onde deverá ser transferido nesta quarta-feira (07).
O ex-deputado alegou que não quer passar pela experiência do empresário Eike Batista, preso em janeiro na Operação Eficiência – desdobramento da Lava-Jato – por suposta propina de US$ 16,5 milhões para o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ). Em Bangu, onde ficou preso, Eike teve a cabeça raspada, segundo a defesa de Rocha Loures.
Leia mais
Fachin diz que Rocha Loures usou "métodos nefastos"
Temer retorna à Brasília depois de passar a tarde em SP
Ex-deputado Rocha Loures é preso pela Polícia Federal
"Aproveita-se a oportunidade para requerer a Vossa Excelência que determine, com urgência, que lhe seja assegurado o máximo respeito aos seus direitos e garantias fundamentais, especialmente que não seja imposto tratamento desumano e cruel, respeitando e assegurando a sua integridade física, especialmente que não se lhe raspe o cabelo como fizeram no Rio de Janeiro com Eike Batista", requereu o advogado Cezar Bittencourt, que defende Rocha Loures, o "homem da mala".
Loures foi preso sábado, 3, pela Polícia Federal, por ordem de Fachin. Ele foi flagrado, na noite de 28 de abril, por uma rua de São Paulo carregando uma mala com supostas propinas da JBS – 10 mil notas de R$ 50, perfazendo R$ 500 mil em espécie.
O ex-assessor e o presidente Temer são alvo de um inquérito da Polícia Federal por suspeita de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça. Preso na sede da Superintendência Regional da PF em Brasília, Loures deverá ser interrogado nesta quarta. Depois, segue para a Papuda.
Em petição a Fachin, a defesa do homem da mala pede que o corte dos seus cabelos seja preservado. Fachin encaminhou o pedido da defesa para apreciação e manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.