Cerca de quatro horas depois de a força-tarefa da Lava-Jato oferecer uma nova denúncia contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira que a atuação do Ministério Público Federal (MPF) não terá nenhuma influência no julgamento do habeas corpus de Dirceu que ocorre nesta tarde.
A 2ª Turma do STF julga nesta terça-feira um habeas corpus do ex-ministro, preso há quase dois anos no âmbito da Operação Lava-Jato. Dirceu teve prisão preventiva decretada em agosto de 2015 e desde então já foi condenado duas vezes pelo juiz federal Sergio Moro, responsável na primeira instância pelas ações penais sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
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O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato no Ministério Público Federal (MPF), afirmou que a denúncia contra José Dirceu estava sendo preparada e foi antecipada por conta do julgamento desta terça-feira na 2ª Turma do STF. Dallagnol afirmou que tem "plena convicção" de que o STF manterá a prisão do ex-ministro.
– Se eles imaginam que vão constranger o Supremo, o Supremo deixava de ser o Supremo – disse Gilmar Mendes, ao chegar para a sessão da 2ª Turma. – Como se a gente pudesse (ser pressionado)... é o rabo abanando o cachorro.
Indagado se a nova denúncia pressionava ou constrangia os ministros da 2ª Turma do STF, Gilmar respondeu:
– Absolutamente nada.A força-tarefa da Operação Lava-Jato denunciou José Dirceu mais uma vez. Dirceu agora é acusado de receber propinas das empreiteiras Engevix e da UTC no valor de R$ 2,4 milhões durante e depois do julgamento do mensalão, ação penal em que foi condenado.
*Estadão Conteúdo