O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido em Curitiba, onde está marcado depoimento para o juiz federal Sergio Moro, por liderança petistas e parlamentares que disseram que ele estava tranquilo em relação ao depoimento, mas "indignado" com a decisão do juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, de Brasília, que determinou a suspensão das atividades do Instituto Lula, com sede em São Paulo.
– Você conseguiu entender esta decisão? – perguntou Lula ao deputado federal Wadih Damus (PT-RJ), que é advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro (OAB-RJ). Segundo Wadih, Lula disse que a decisão é "absurda".
– Ele (Lula) manifestou perplexidade e indignação. Ele não entendeu, porque ninguém está entendendo aquela decisão – disse o deputado.
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Ainda no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, Lula se encontrou com advogados. Lá também recebeu o apoio da presidente cassada Dilma Rousseff.
A segurança de Lula providenciou um esquema especial para despistar a imprensa e até mesmo a Polícia Militar do Paraná que acompanhou a chega do ex-presidente de helicóptero.
Na saída, Dilma se dirigiu para um hotel no centro de Curitiba, onde estão hospedados outros petistas, e Lula foi se reunir com advogados para os preparativos finais do depoimento. O local não foi divulgado por motivos de segurança. O helicóptero da PM acompanhou Dilma até o hotel.
De acordo com uma fonte do Instituto Lula, o ex-presidente chegou a aparentar ansiedade até cerca de 15 dias atrás, mas nas últimas duas semanas estava mais tranquilo. Durante a preparação para o depoimento, ele também teve atividades de lazer. Nesta terça-feira (9), por exemplo, passou duas horas assistindo ao jogo da Juventus, de Turim, contra o Mônaco, da França, pela Liga dos Campeões. Passou boa parte do dia discutindo apenas futebol.
Na preparação para o debate, Lula tem solicitado informações exclusivamente ao processo, segundo fontes do Instituto. Isso dá a entender que ele pretende fazer um depoimento técnico e não levar o encontro com Moro para uma disputa política. No entanto, a condução do depoimento pelo juiz da Lava-Jato pode mudar a estratégia do presidente. Uma fonte disse que "ele está preparado para qualquer coisa". A expectativa no entorno de Lula é de que o depoimento, marcado para as 14h, seja curto.
*Estadão Conteúdo