O presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira, na saída de almoço no Itamaraty, que a decisão de autorizar as mudanças do texto da reforma da Previdência não pode ser considerada um recuo.
– Autorizei Arthur Maia a fazer as negociações que fossem necessárias e ao final nós anunciaremos, junto com o Congresso, o que for ajustado. Vai levar alguns dias, mas já está autorizado – disse.
Leia mais
Ministro diz que cálculo que mostra superávit da Previdência "é enganoso"
No Brasil, 96% dos PMs se aposentam antes dos 50
CPI no Senado deve analisar números do rombo da Previdência
Ao ser indagado sobre o recuo do governo no texto, o presidente disse que era preciso "aprender" que ceder ao Congresso Nacional não é recuar.
– Prestar obediência ao que o Congresso Nacional sugere, o Congresso que é o centro das aspirações populares, não pode ser considerado um recuo. Nós estamos trabalhando conjuntamente – afirmou.
Nesta quinta-feira, após reunião com Temer, o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), havia informado que o presidente autorizou modificações na proposta em relação a cinco temas: regra de transição, aposentadoria rural, Benefício de Prestação Continuada, pensões e aposentadorias especiais de professores e policiais.
Questionado se as mudanças não podem comprometer o projeto, Temer ponderou que essas flexibilizações ainda serão avaliadas para garantir que a reforma alcance o equilíbrio fiscal almejado.
– Vamos avaliar as mudanças para ver se têm alguma repercussão de natureza fiscal. Aparentemente não. Mas são estudos que precisamos fazer – disse.
Temer destacou que os pontos flexibilizados atenderam aos pedidos considerados pertinentes.
– Eu recebi muitas observações e nos sensibilizamos por isso – declarou.
Ao ser questionado sobre a dificuldade de o governo em aprovar a reforma da Previdência no Congresso, Temer afirmou, na saída de almoço no Itamaraty, que é preciso aguardar.
– Vamos esperar o dia da votação – limitou-se a dizer.