O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral se recusou a responder a perguntas do juiz federal Sérgio Moro em depoimento, nesta sexta-feira, em um dos processos da Operação Lava-Jato. No início da oitiva, Cabral seguiu orientação de seu advogado e disse ao juiz que iria optar pelo direito constitucional ao silêncio e que responderia apenas a perguntas de sua defesa.
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Quando os questionamentos do juízo e do Ministério Público foram feitos, Cabral ficou literalmente em silêncio e provocou risadas em Moro e nas demais pessoas que estavam presentes na audiência. "O senhor tem que dizer que não responde. Não é literal. Não é para brincar de vaca amarela", disse Moro em referência a uma brincadeira popular que consiste em um desafio para que todos fiquem em silêncio.
Durante a audiência, Cabral disse que não recebeu propina da empreiteira Andrade Gutierrez para favorecer a empresa nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) da Petrobras. O ex-governador admitiu, no entanto, ter recebido caixa 2 para financiar a própria campanha eleitoral ao governo do Rio de Janeiro.
Cabral é alvo de sete denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Calicute, um desdobamento da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro. Ele está preso desde 17 de novembro do ano passado no Complexo Prisional de Bangu, sob a acusação de receber propina em obras realizadas pelo governo do estado.
Segundo as investigações, o ex-governador chefiava um esquema de corrupção que cobrou propina de construtoras, lavou dinheiro e fraudou licitações em grandes obras no estado realizadas com recursos federais.
Na quinta-feira, Sérgio Cabral, prestou depoimento ao juiz Sergio Moro. Veja: