O governo não tem recursos e não fará injeção financeira nos Correios disse, nesta terça-feira, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab. Para ele, a solução é a companhia cortar ainda mais despesas, além daquelas que já foram reduzidas.
– Não há saída, é preciso fazer corte de gasto radical – disse Kassab, depois de participar, no Palácio do Planalto, da cerimônia de Sanção da Lei de Revisão do Marco Regulatório da Radiodifusão, ao lado do presidente Michel Temer.
Leia mais
Correios abrem plano de demissão voluntária
Correios derrubam liminar que afastou seis vice-presidentes da estatal
PF faz operação no DF contra roubo de cargas dos Correios
– O governo não tem recursos e não haverá injeção de recursos nos Correios – afirmou Kassab.
Embora se dizendo contra a privatização, integral ou parcial dos Correios, o ministro não descartou a adoção da medida, caso a companhia não consiga equacionar o rombo, que no ano passado ficou em torno de R$ 2 bilhões, mesma cifra de 2015.
– Todo o esforço deve ser feito para evitar a privatização dos Correios ou de partes dele. Eu reconheço os cortes de despesas que já foram feitos, mas é preciso cortar mais. Caso contrário, a empresa vai rumar para a privatização – disse.
Kassab reconheceu que os reiterados prejuízos dos Correios são reflexo de má gestão. Ele elogiou a administração do atual presidente dos Correios, Guilherme Campos, e atribuiu os problemas a erros cometidos pelo governo anterior.
– A empresa vive de tarifas e deveria ter seu ponto de equilíbrio – afirmou o ministro.
Kassab disse que, no passado, a empresa foi obrigada a pagar mais dividendos do que poderia ao Tesouro.
– A má gestão também aconteceu, senão não teríamos a empresa na situação que está hoje. É reflexo, sim, de má gestão, corrupção, loteamento, não ter capacidade de encontrar receitas originais, não fazer os cortes necessários para fazer um equilíbrio entre receita e despesa – acusou Kassab.
Questionado sobre quando essa privatização poderia ocorrer, o ministro disse que a empresa "corre contra o relógio", pois o governo não tem recursos.
– A meta é recuperar a empresa – ponderou.